quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Praça dos Museus de Amsterdã

Procurando por outras Praças dos Museus do mundo, cheguei a esta notícia publicada na Veja em 1999 em que apresenta a revitalização da Museumplein, de Amsterdã.

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Plástica radical
A praça dos museus de Amsterdã ganha feições monumentais depois de uma reforma urbanística

Anton Berden, de Amsterdã

A Museumplein, a praça dos museus de Amsterdã, ganhou cara nova depois de uma cirurgia urbanística radical que custou 24,8 milhões de reais.

De imenso estacionamento para ônibus de turismo, tornou-se cartão-postal da cidade. Endereço dos três maiores museus da Holanda – o Rijksmuseum, o Museu Van Gogh e o Stedelijk –, além da Orquestra Concertgebouw, a Museumplein agora é um complexo ajardinado com restaurantes, lojas e até um lago artificial, que, no inverno, se converte em pista de patinação no gelo. Os ônibus de turismo foram engolidos por uma gigantesca garagem subterrânea.


Vista aérea de Museumplein, a Praça dos Museus de Amsterdã

O autor da proeza é o arquiteto sueco Sven-Ingvar Andersson, que nos anos 80 projetou em Paris o espaço do Grande Arche, no bairro modernoso de La Défense. Para a praça holandesa, Andersson criou uma ampla área livre, coberta por grama e saibro. "A Museumplein é como se fosse o olho de um furacão. Seu centro é tranqüilo, mas em torno dela há uma agitação contínua", diz ele. A recauchutagem da praça é complementada por importantes reformas estruturais nos museus ali localizados.

Fechado desde setembro do ano passado [1998], o Museu Van Gogh, que reúne 200 telas e 500 desenhos do artista, reabre nesta quinta-feira com uma novidade: o pavilhão de exposições assinado pelo arquiteto japonês Kisho Kurokawa. Com a forma de uma meia-lua revestida de titânio, pedra e vidro, o prédio é um primor de arquitetura, consciência ecológica e adequação museológica. Suas curvas contrastam sutilmente com as retas da sede principal do museu, projetada pelo modernista Gerrit Thomas Rietveld. Fotossensível, o telhado de vidro do pavilhão joga com a intensidade dos raios de sol, o que permite economizar energia em determinadas horas e também ajustar a iluminação para a perfeita visão das obras de arte. Toda essa sofisticação saiu por 29 milhões de reais.


O novo Museu Van Gogh

O próximo canteiro de obras da Museumplein será o Stedelijk Museum, dedicado à arte moderna e contemporânea. Projetada pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira, a reforma de 45,6 milhões de reais deve começar em outubro. A reformulação da Museumplein e das instituições que a compõem iniciou-se em 1988, a partir da faxina na sede da Royal Concertgebouw, uma das mais prestigiadas orquestras do mundo. Há dois anos, o Rijksmuseum, célebre por suas telas de Rembrandt e Vermeer, ganhou uma outra ala de exposições. A nova praça não está agradando apenas aos turistas e entusiastas das artes – as minorias étnicas, políticas e sexuais da capital holandesa já a transformaram em epicentro de suas barulhentas manifestações.

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