terça-feira, 9 de junho de 2009

Por que na Luz e não na Cidade Universitária?

No ano 2000, a equipe do renomadíssimo arquiteto paulista Paulo Mendes da Rocha apresentou o projeto para a Praça dos Museus, acompanhando a proposta da USP para um espaço que possibilitasse a melhor exposição dos acervos de seus museus.

O projeto, belo e interessante, propõe a construção de prédios para os museus de Zoologia (que neste projeto ampliamos para Museu de História Natural), de Ciências (superado pelo Instituto Catavento no Pq. D. Pedro) e de Arqueologia e Etnologia, além de um anfiteatro e de um eixo central com uma rua/galeria de apoio com restaurante e livraria.

A proposta que aqui apresento consiste em uma modesta adaptação do projeto original e digo os motivos pelos quais considero mais viável a construção desta praça na região da Luz e não na Cidade Universitária.

A grande e principal questão é exatamente o acesso à USP a quem for visitar os museus, que certamente desestimulará o grande público porque:
1. As opções de transporte público são muito ruins:
a. CPTM - a estação fica na outra margem do rio Pinheiros e, para chegar à USP, é preciso cruzar correndo a alça de acesso à Marginal. Depois, é preciso andar um bocado à pé, 600m no total. Você faria esse percurso com seus filhos?



b. Metrô. A estação Butantã da Linha 4 ficará a uma distância considerável (1,2km) da entrada da USP. Dela, será preciso tomar um ônibus para a USP. Viável? Ainda não há nenhuma confirmação sobre a hipótese de os Circulares saírem da USP e irem à Estação de Metrô.



c. Ônibus - As poucas linhas que acessam a USP estão constantemente lotadas em decorrência, exatamente, da pouca opção de acessos.

2. O acesso via carro é igualmente complicado à região porque:
a. Distância - a Cidade Universitária fica bastante distante do público que não vive na Zona Oeste.
b. A USP, seus muros e portões - a Reitoria permitirá o acesso de "qualquer um" ao câmpus aos finais de semana ou os museus ficarão fechados aos sábados e domingos?
c. Vias de acesso - a USP pode ser acessada pela Marginal Pinheiros (eternamente parada nos horários de pico) ou por avenidas pequenas e pouco conhecidas pelo grande público.

Tendo em vista estes problemas de acesso via transporte público ou via automóvel à região da Cidade Universitária, consideramos mais viável tal investimento ocorrer na região da Luz, onde há as estações Luz e Julio Prestes da CPTM e Luz da CPTM (4 linhas), do Metrô (2 linhas) e terminal do "Expresso Aeroporto". Além disso, o acesso por carro - apesar do trânsito - conta com um benefício já existente e muito pouco utilizado: o estacionamento para 600 veículos da Sala São Paulo, que fica praticamente às moscas quando não há apresentação ou eventos naquele local. Este estacionamento poderia oferecer uma boa opção para aqueles que, apesar dos acessos por trem e metrô, resolvessem ir com seu carro à Praça dos Museus.

Abaixo, a maquete da Praça elaborada por Paulo Mendes da Rocha, retirada de http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/arquitetura684.asp

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