sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Secretário Sayad comenta a opção pelos arquitetos Herzog & De Meuron

Fonte: Arcoweb

Consolidar a Luz, região central de São Paulo, como o mais importante polo cultural da América Latina é a intenção da Secretaria da Cultura, e o Complexo Cultural Teatro de Dança, a ser construído na área da antiga rodoviária, é uma peça importante nesse processo. Essa é a avaliação do secretário da Cultura João Sayad, que explicou a PROJETO DESIGN por que o projeto de Herzog & De Meuron foi escolhido.

Quando a secretaria pensou no teatro de dança, já havia a ideia de implantá-lo na área da antiga rodoviária?
Primeiro pensamos na sede da companhia e no teatro. Procuramos um local e, depois de várias propostas, chegamos a este, uma área deteriorada, em frente da Sala São Paulo. A praça Júlio Prestes está mal aproveitada e éramos cobrados pelo governador para reformá-la. Numa etapa inicial, no primeiro semestre do ano passado, trabalhamos com especialistas do escritório TPC Theatre Projects Consultants, durante cerca de quatro meses, para a definição do programa. Terminada esssa fase, escolhemos conversar com arquitetos de notória especialização: Foster, Koolhaas, Pelli e Herzog & De Meuron. Pareceu-nos que eles tinham mais capacidade de negociação para que o projeto custasse pouco em vista da nossa preocupação primordial, que era a qualidade técnica e cenográfica, em termos de dimensões adequadas de palco, plateia e condições de acústica, em um espaço para dança e ópera. Teremos um teatro de excelência.

Os escritórios foram sugeridos pela TPC?
Conversamos sobre eles e sobre outros que acreditávamos que não topariam vir para o Brasil. Alguns foram convidados para conversar e nem vieram, outros eram excelentes mas apresentavam determinadas exigências técnicas, e outros ainda tinham personalidade profissional difícil para realizar a negociação. Chegamos então a Herzog & De Meuron. O fato de ser um escritório estrangeiro era porque buscávamos arquitetos de notória especialização e não queríamos promover um concurso. Dos notáveis brasileiros, [Paulo] Mendes da Rocha e [Oscar] Niemeyer, por exemplo, já têm bastantes projetos no Brasil. Também imaginamos que, como Secretaria da Cultura, seria uma contribuição positiva para a arquitetura trazer um profissional estrangeiro. E os suíços mostravam algumas características importantes para nós.

Quais são essas características?
O grande interesse deles em fazer um projeto na América Latina, especialmente no Brasil, a disponibilidade de tempo, em comparação com outros escritórios, além da intenção de investir no país. Analisando seu portfólio, percebemos que cada projeto é único. É difícil apontar um edifício e dizer com certeza que é de Herzog & De Meuron. Olhando com olhos de leigo, como são os meus, é possível perceber quais são de Koolhaas, quais são de Foster ou de Pelli - espero que eles não leiam sua revista -, mas não quais são de Herzog & De Meuron. Principalmente porque eles investem muito na concepção do material, na fachada e na adaptabilidade do projeto ao local.

Quando eles foram contratados?
Em julho do ano passado. Desde então, já vieram a São Paulo várias vezes, visitaram a cidade e apresentaram o projeto básico. Mas, como suíços cuidadosos que são, dizem que é a proposta básica e preliminar. Eles gostariam de apresentar o projeto em outubro, mas estamos tentando nos antecipar e fazer com que isso ocorra na próxima bienal de arquitetura.

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