sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Morar na Nova Luz custará até R$ 170 mil


Para secretário municipal, não existe possibilidade de a área virar 'gueto'

"A conta fecha, sim." O secretário municipal da Habitação, Elton Santa Fé Zacarias, é categórico em afirmar que as reivindicações do setor imobiliário sobre a concessão urbanística da cracolândia são exageradas e até mesmo infundadas. "Já falei com o Secovi e mostrei que a conta fecha, eles conseguem lucrar na Nova Luz", disse. "Ali, mesmo com a legislação das Zeis-3, é possível fazer apartamentos de até R$ 170 mil, não é para família de baixa renda, é família com mais de 6 salários mínimos. Isso não cria gueto nenhum."

Segundo as contas da Prefeitura, nos quase 4 milhões de metros quadrados que poderão receber esse tipo de habitação popular na região central (as Zonas Especiais de Interesse Social, ou Zeis), cabem 600 mil moradores - 364,8 mil com renda de até 6 salários mínimos e 235,9 mil com renda entre 6 e 15 salários mínimos. "Ou seja, não é família pobre, é família que ganha mais de R$ 2.500 e pode pagar mais de R$ 100 mil por um apartamento no centro", diz o secretário. "Dá, sim, para o mercado investir, não há motivo para reclamação", afirmou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, diz que as Zeis da Nova Luz continuarão onde estão. "Há um projeto urbanístico só para as Zeis, que vai se integrar de forma harmônica com o restante", disse. "Não há nada divorciado." Bucalem disse acreditar que, da forma como foi concebido pela Prefeitura, o projeto de concessão urbanística da Nova Luz conseguirá compatibilizar todos os interesses.

O cronograma traçado pelo Executivo municipal prevê prazo de dez meses para a implementação do projeto - quatro meses para os estudos preliminares de viabilidade econômica e projeto urbanístico; dois meses de comunicação com a sociedade; e quatro meses para a consolidação. BRUNO TAVARES, DIEGO ZANCHETTA e RODRIGO BRANCATELLI

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